A exposição FPM#3 pode entender-se como um prolongamento de um livro editado pela Fundação PLMJ intitulado "Espaços Imaginados", em 2019. Deste modo, esta exposição indexa um subtítulo, Da construção ao imaginário que remete para os temas abordados nessa edição e que nos propõe um olhar que se desenvolve entre o lugar, as obras de arte da colecção e a construção edificada, o edifício FPM. O imaginário que, por um lado lhe sucede, e por outro lado se presentifica com memória projectual está presente nas fotografias documentais de Nuno Cera e de Paulo Catrica sobre o projecto dos arquitectos Barbas Lopes, e nos desenhos preparatórios (estudos) do arquitecto Ricardo Bak Gordon.

A relação entre arte e arquitetura tem vindo a questionar os limites de cada uma das disciplinas, entre espaços de coabitação, arquitecturas ficionais e visionárias, abstrações geométricas que rememoram construções e percepções espaciais entre exterior e interior, também presente na sua envolvente natural, arbórea ou fluída, e pensada a partir de uma ideia de sustentabilidade do quotidiano da cidade.

No decurso da exposição as obras selecionadas de artistas do universo CPLP, os documentos fotográficos e os desenhos preparatórios, concorrem para um campo de possibilidades onde o lugar do corpo, na sua transição espacial, é indissociável de um imaginário projectado, por vezes questionando o lugar onde esse mesmo corpo se inscreve. Como uma procura constante da sua identidade, de um modo especulativo e ficcional, como também presente nas imagens das construções edificadas, nas paisagens abstractas, nos padrões como grelhas ortogonais, e nas figuras e gestos em espaços imaginados.

Foto: Nikolai Nekh